WOopa!
Olá! Alô! Alô você…
Uma pergunta: até aonde você pode chegar
em trinta e seis anos? O que você pode atingir, em termos de ressonância, nessa
faixa de tempo?
Pois…
Trazemos hoje aqui um sujeito que viveu
a ávida vida tão intensamente, mas tão intensamente que nem deu para mensurar em números quanto tempo ele
viveu.
Sim, o homenageado da vez é Robert Nesta
Marley, ou, humildemente atendente somente por Bob Marley mesmo.
Como foco de análise específica, teremos
o décimo primeiro disco de estúdio de Bob Marley and The Wailers, o Survival, batizado inicialmente de Black Survival.
A intenção era reforçar a necessidade de
união entre os países da África, recentemente repartida de forma arbitraria
pela Europa. A capa comunica demais…
Sugestivo não? Não. Na verdade não. Não é
sugestivo. É simples, direto, objetivo, literal. Como deve ser. Então…
O disco trata-se de uma das obras mais
politizadas do artista, e traz em seu bojo canções muito representativas.
Canções
que serviram como hino para independências países, caso de Zimbabwe, que homenageou
o país de mesmo nome. Outras serviram de menções honrosas para todo continente.
Sim: todo continente. Caso de África Unite.
Trata-se de um disco de redenção também,
visto que surge ressurgindo. Sim não se assuste. Sim: surge ressurgindo. É a
volta do Bob Marley mais contundente. Mais guerreiro, menos democrático. Mais agente,
menos tangente.
Estava mais do que na hora, ele vinha
sendo duramente criticado por estar agindo de forma (acreditem no termo)
canabicamente mais manso/amoroso/pacífico.
Então, nesse disco sentiu-se que o cara
estava de volta. Nas composições, percebeu-se isso logo de cara. Quem olhou o
trabalho dele, como é pedido na primeira frase do álbum (look my job) adorou. Bob
abriu a caixa de ferramentas.
Não a toa na África do Sul o disco ter
algumas partes censuradas, e Bob Marley ser considerado um “sujeito marginal
potencialmente perigoso”. Nelson Madela recomendou, o povo ficou assim… Quase o
caldo entorna. Mas deixa isso quieto. Essa é uma questão fora apartheid.
Nem o povo negro sobreviveu: em
Survival, canção-título da obra, há uma crítica ao nosso comportamento
indiferente, indolente, e pacífico consoante àquele que nos agride. Umas pessoas
não têm nada; outras pessoas não querem nada; outras pessoas esperam pelo amor
ainda hoje. Mais que certo…
Então fica aqui a minha mimosa mensagem
de homenagem ao querido Bob Marley, que aniversariaria anteontem.
Survival, um
álbum que eu sofro, e muito, para escolher a minha canção predileta.
Mas ficamos com Zimbabwe, mesmo…
Sobre a pergunta de mais cedo: até aonde
você pode chegar em trinta e seis anos? Não se sabe. Só não se subestime… Marley
é exemplo para sempre vivo de alguém buscou os próprios sonhos.
Ele atingiu a eternidade. E você?
Onde você
quer chegar?
Está fazendo o quê?
O tempo passa...
Para pensar…
Energias positivas.
Atenciosamente,
Emerson.
Ah: Toda vez que um Éfe-dê-pê venha lhe
dizer para ouvir Bob Marley por causa da face pacifista dele, na intenção de
lhe docilizar a mente, senta com essa pessoa, ponha este disco, esta canção.
Depois pergunte do que se trata ali. Se ele
souber o mínimo de inglês e teimar na teoria ladainística alegórica tome suas
medidas providenciais…
We gonna
fight.