Senhoras. Senhores.
Bom dia/tarde/noite, a depender da hora que
estejas lendo…
E aí, e então, tudo bão? Bão...
Então... Vamos falar de Japão?
Saudações.
Sim, sumimos, sumimos, e bem sabemos que
sumimos... Estamos aqui, de novo, novamente, outra vez. Foram tantos os
pedidos - MENTIRA - que estamos de volta para bater um papinho
sobre Dragão, sétimo, dos onze contos contidos no livro Kappa
e o Levante do Imaginário, de Akutagawa Ryunosuke.
Textos anteriores informam com maiores
detalhes, portanto, falaremos superficial e objetivamente. Ok? Ok. Editora?
Estação Liberdade. Tradução e prefácio? Shintaro Hayashi.
Dragão, para você mais afeiçoado aos
aportuguesamentos. Mas o título pode ser também, Ryu. Sim, o nome do personagem
principal do tão afamado jogo Street Fighter, significa “Dragão”.
Só pa-não perder a mascarassão nem deixar a
peteca cair: Ken, significa “punho”.
E olhe que eu nem sei japonês...
Gostam de resenha? Então estão no lugar certo.
Não, não é por que estás a ler uma resenha minha, é por que o conto em si gira em torno disso, de uma resenha.
E cabeluda. Ou devemos dizer... Escamosa?
Era uma vez um sujeito que adorava uma boa
prosa. Queria escrever um livro, mas não tinha idéias boas o suficiente. O
próprio canalha admite não ser bom em criar enredos complexos por ser
preguiçoso. Não sei amo não sei odeio um cara desses... Sinceridade, mas... Nem
tanto né?
Então, pessoas das redondezas são convidadas
por esse sacripanta, a irem até onde esse membro da alta corte, para
contarem-lhe histórias/estórias. A tarde é quente, crianças são chamadas para
abaná-lo (ah ma-que cara forgado!).
Depois de ouvir, julgar, atribuir nota de
gosto, e dar-se ao trabalho de saber se vai ou não querer escrever o que lhe
foi contado, o bonitão do Humaitá, vai ponderar transformá-las em escritos.
Depois de convidar todos a aproximarem-se e
sentarem-se em círculos; ao samurai que se aproxime; aos convidados que retirem
os chapéus e fiquem a vontade; o senhor boa praça olha em redor, e escolhe: o
ancião. É o ancião quem vai contar a primeira estória da tarde. Senta e apertem
os cintos que lá vem conversa pa-boi dormir. Voy-la!
É aqui que começa a resenha do Pinóquio
Oriental. Mas não, calma de novo: pera lá! Não. Não é que o contador de
histórias seja mentiroso não. Devagar!
A verdade é que a estória contada pelo
ancião, fala de um monge, velho conhecido num grande templo, e que tinha um
nariz enorme. Familiar não? Pois é, o sujeito tinha um enorme nariz de Tengu* (Figura do folclore japonês que tem como principais características
o costume de habitar nos altos das montanhas).
Voltemos nós?
Voltemos nós. Esse tal sujeito, cansado de ser alvo de
apelidos, perturbações etc. belo dia resolve se vingar do povoado local e faz
algo desmedido: põe um escrito, a beira de um modesto lago afirmando que ao
terceiro dia do terceiro mês um dragão vai sair dali, voando, em direção ao céu.
A brincadeira vai bem enquanto uma velhinha
local acredita na lorota; e um rival do templo parece titubear entre a
veracidade ou não da frase ali posta por um anônimo. Até aí, tudo vai
mui-bien...
Os problemas começam quando o povo da
redondeza começa a querer saber se é verdade a tal noticia; a querer ver o tal
dragão.
A informação viraliza, celebridades de
cidades vizinhas querem vir ver o tal do charizard aquático. Dentre essas
pessoas até uma tia do monge vem. Ele tenta fazê-la desistir da idéia, mas...
O mal estar, misturado com arrependimento
deixa o monge mentiroso desconsertado: tanta curiosidade; tanta gente ali;
tanta vontade. Para quê? Tanta vontade de ver um dragão inexistente, que, com
certeza não iria subir aos céus.
O sentimento de culpa toma-o, mas não havia
mais nada a ser feito. Deu de braços. Era esperar o dia chegar e o dia chegou!
Chegou; o terceiro dia, do terceiro mês. O
lago Saruzawa estava cercado. O dia passava modesto, com um sol forte. Tudo
dizia mesmo sem nada dizer; era tácito: não ia ter dragão voando não gente! Céu
azul, sol a pino, a lentidão no ar. Não precisava dizer nada. Estava mais do
que claro que não ia haver grande evento.
Mas como o povo insiste em sua vontade e a
vontade do povo é a vontade de Deus; eis que os céus se fecharam; as nuvens
tomaram conta; começou a trovejar. De repente, do meio de uma fumaça intensa, o
povo viu composto por sombras algo que parecia ser; nada, ma-nada mais nada
menos, que u-quê-u-quê-u-quê? Hum; sim, El Dragon!
Sim, quis Deus que Shiryu existe por cinco
segundos, e que aplicasse no público, um cólera do Dragão.
Tempos depois, o monge admitiu: fora tudo uma
mentira! Tudo gaiva criada por ele. Quem acreditou nele? Somente a dupla Nin & Guem (kk) e ainda assim o próprio buscou em si a resposta para
aquilo. E nem o autor da verdade mentirosa (ou seria mentira verdadeira? Não sabemos)
conseguia saber o que tinha feito, o que tinha acontecido. Quem era ele, afinal
de contas? Um mentiroso autêntico? Um falso mentiroso? Loroteiro sortudo? Um
sábio, que fala verdades através de mentiras e verdades que desconhece? O que
seria, esse Pinóquio oriental?
Vai saber...
Assim finda a estória do ancião. E segue-se
na roda a historia seguinte: um homem, um monge, irritado com a população que o
discriminava por ter um nariz enorme, bla bla bla...
Sim, começa a historia do conto O Nariz, que
está no mesmo livro...
Que interessante...
Já viu a resenha que escrevemos sobre esse
conto?
U-KÊ?
NÃO?
Não... Então, oriente-se...
Oriente-se, volta lá e leia a nossa medíocre
resenha sobre O Nariz, rsrs...
Atenciosamente,
Emerson.
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