(Diálogo 1993-2017)
Senhoras. Senhores.
Bom dia/tarde/noite;
viemos hoje com a boa intenção, sem tensão nem pretensão; porém, com muita
atenção e antenação, falar sobre um quesito interessante atualmente: cantor de
RAP Nacional, artista ou não?
Essa pergunta foi feita
anteriormente (1993) pelo ainda desconhecido grupo de Rap Facção Central, na
canção de mesmo título, presente no disco "Juventude Atitude".
A resposta para a pergunta
parece bem fácil de se fazer. Lógico que o ritmo musical hoje é outro: ganhou
visibilidade; gera mercado; envolve pessoas e tem sim, suas grandes estrelas,
com figurino particular, e cantando, inclusive, pasmem, na França.
O problema para nós é: se
formos colocar todos na mesma caixa, e dizermos que são todos artistas, o
Eduardo, ex FC é um artista, e tem a mesma visibilidade que os demais.
Ele, autor da música que
questionava sua posição na sociedade, sua condição de existência no mundo
artístico, visto que os Rappers naquela época eram todos, a priori, ladrões, e
sofriam ameaças abertas nas blitz policiais.
“Cantor de Rap nacional
tapa na cara que premiação!
Artista de um mundo que
não existe;
É coisa de ladrão!”.
Quer sintoma maior de
exclusão?
Pois é; em noventa era
assim...
Mas então se mudou, mas
não para alguns como o Eduardo, então há um racha no movimento? Odeio essa
palavra, mas...
Se o ideal do movimento
(odeio essa também) é união; o que está havendo com o Rap?
E a pergunta permanece:
todos estão bem abancados? Ou será que o rapper mais contundente será para todo
sempre um “artista de um mundo que não existe!”?
Fica então a questão...
Os cantores de Rap.
O que são eles?
Quem são eles?
O que fazem?
Incomodam ainda?
Será? Ou não?
São, por último, Artistas?
Ou não?
Estamos em busca de
respostas...
Iremos investigar
fundamente...
Ouçam a música!
“Artista ou não?”, Facção Central, 1993...
Rap de muita, ma-muuuita
qualidade...
Vejam quais eram os
questionamentos láaaaaaa em um ano antes do tetra! Qual era o tratamento que a
policia delegava aos, hoje, estrelas da música da favela... Era um
rappercídio...
Depois venham falar
conosco...
Ou será que... somos críticos de dois mundos do Rap; mundos que não existem?
Atenciosamente,
Emerson.
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