sexta-feira, 31 de março de 2017

Rashomon...



Senhoras. Senhores.

Bom dia/tarde/noite para você que está me lendo a qualquer momento. Aviso: não se assuste. Sim; voltamos a usar o mesmo livro como corpo de análise, mas tenham fé: hoje o conto a ser analisado será Rashomon, segundo, dos onze presentes no livro Kappa e o Levante Imaginário, de Akutagawa Ryunosuke.

SIM; o kanji ali em cima é o titulo do conto.
Portanto, SIM, aqueles ideogramas significam “Rashomon”... Ao menos é assim que o autor escreve...
Portanto SIIM nós sabemos japonês! Aaaaaaaaae!
AÊÊê...

SQN! Sim, isso é só mais uma piada sem graça de Emerson Borges isso sim! Sorriam por favor... Produção agradecerá...

A verdade é que não; eu não falo japonês!
Tsc...
Bom, vontade não me falta...
Faz parte de planos nossos...
Um dia; quem sabe, aprenderemos...
Mas, aqui; cá entre nós, na verdade o que aconteceu foi que pedimos ajuda a nossas fontes misteriosas – hummmmm...
Ói nós! Chei’dos mistérios...

Quem sabe um dia?
Quem sabe um dia...
Divago...
Chega né? Caminhemos...

É repetitivo, mas prudente informar que o livro foi publicado pela editora Estação Liberdade, no ano de 2010, e que, tradução e prefácio ficaram sob a responsabilidade de Shintaro Hayashi.

Passados os primeiros reclames, ao breve mais que breve resumo.
Despedida e encontro podem ser sinônimos! Sob forte chuva está o portal de Rashomon. Sob o portal de Rashomon está um servo. Que está sob constante reflexão. Está parado. E sozinho. Mas... Nem tanto...

Sim, por favor, acreditem: esse é um resumo que entendemos como cabível a esse trabalho super interessante desse grande escritor...
Vamos as nossas impressões...

Quando colocado sob o portão e sob a chuva; ao lado de um servo anônimo, o leitor logo perceberá que a situação em que se encontra, e os problemas que enfrenta e enfrentará este sujeito são e serão muito mais do que sérios; trágicos.

Devastação sucedida na cidade Kyoto, vítima de seguidas catástrofes, o sujeito anônimo reflete enquanto observa a chuva cair, acompanhado, até então, somente de, vejam só: um grilo. Sim, um insignificante grilo...

Depois do caos local o sujeito foi despedido de seu senhor, e é aí que a narrativa corrige-se: está passando a chuva, mas, quando passar, ainda assim, ele não terá para onde ir. O sujeito pensa, enfim, “e se...”. E se abandonasse os valores dos tempos de empregado, e fizesse algo irremediável e horrível – roubar – para sobreviver?

É durante esse instante de choque que ele se levanta, já incomodado. Está frio. Sua túnica azul desbotada não o protege da brisa. E ele agora está totalmente sozinho! O mero grilo já o deixou. Mas-pera lá: é bom ter respeito com os animais; independente do tamanho e espécie. Depois de intensa e apurada pesquisa – mentira! Googamos, rsrs... – vimos que, no Japão, o grilo é um animal que simboliza sorte. Ou seja: esquece a insignificância mencionada lá em cima. Logo, podemos entender que seu último fragmento de sorte se afastou.

O azul, trazido através da túnica, no Japão significa pureza, limpeza. E está se desbotando. Enquanto a hora do macaco – entre as três e as cinco horas da tarde – está quase no fim. O macaco é um animal que significa caminho feliz. Logo não precisa ser gênio para saber que podemos constatar que seu bom caminho está afastando-se de si; e sua luz também, a medida que a tarde já é quase noite.

Observa a degradação local: depredação espacial, destroços de estátuas de deuses estão no chão; fezes de corvos, e cadáveres amontoados estão a sua volta.

Em seu rosto nota-se o surgimento de uma espinha. Seria um sinal de... Degradação; deformação do caráter? Vai saber...
É quando resolve marchar Rashomon a diante, em busca de lugar para passar aquela noite ao menos. O mau cheiro incomoda, mas só por um momento. Um instante e ele já faz parte do ambiente fétido sem nenhum problema. Avança; avança; e... Ponto! Para! Uma luz! Uma chama! Alguém! Alguém no local... Uma velha.

Uma velha? Roubando um cadáver? Ah ma-que falta de vergonha! Ela merece uma punição! Onde está o caráter? Mão na espada!

Conflito!
Estão face a face...
A velha merece ser punida...
Mas antes, um questionamento. Um instante de conversa; de diálogo. Ação reação solução. E fim do conflito. Fim do drama? Fim da trama? Fim da briga? Fim da vida? Talvez... A espinha está pustulenta...
Querem uma pista? Sempre bom ouvir os mais velhos...
Pra que grilo se ele está no sétimo degrau?
Sim! No Japão o número sete significa...

Então...
Sem horas; sem oras...
Fica então aqui, a dica de leitura de mais um conto escrito, em nível de excelência – Aah puxo saco mesmo; o curtinho, porém emocionante Rashomon, conto que inspirou o também brilhante (evitemos comparações) filme de mesmo nome.

Daí voltemos; ao dito no início: despedida e encontro podem ser sinônimos. Ao menos no conto, sim. Afinal, o personagem principal, o servo anônimo foi despedido, afastou de seu chefe e companheiros, e parou no Rashomon, sozinho, onde, encurralado pela forte chuva, foi obrigado a refletir, e encontrar-se consigo mesmo.

Interessante para nós nos atermos ao momento em que o servo percebe que está inegavelmente acossado, tanto fisicamente, pela forte chuva que cai sobre o portal; quanto psicologicamente pelo sentimento de angústia avassalador, no momento em que, inegavelmente, é forçado a seguir em frente; a entender que terá de recorrer a algo não próprio de sua conduta: roubar. Instante de maior drama e tensão particular da trama.

Ao encontrar-se com a velha, novo e profundo conflito, interno e externo, se estabelece; até dar a sentença final ao caso; e retirar-se do Rashomon, entregando-se mais uma vez à companhia da solidão.
E que solução final...
Caramba...
Tudo isso em, pasmem, oito paginas.
Hum...
Senhores; apresento-lhes: Akutagawa Ryunosuke...
O que acontece no final?
Ah num-conto!
Ma-num-conto mesmo!
Ma-nu-conto você vê...
Rsrs...

Uma dica interessante sobre o final: é sempre bom ouvir os mais velhos.
Então...
Pense bem nisso...
Só não vá ficar grilado.
Ou melhor; fique!
No Japão te que é bão...
Rsrsrsrsr
Se Orientem...
Kkkkkk

Atenciosamente;

Emerson.


2 comentários:

  1. Respostas
    1. Wopa, brigado o carinho e a atenção...
      Vocês são uma terapia motivacional...
      Beijos,

      Emerson...

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