sábado, 25 de março de 2017

Crônica

Dentro do abatedouro, na minha não-bela manhã dominical estou eu, iniciando meu big-stress ainda em fase de litlle-stress com uma tal de uma fila em estado imóbilys. Estava pré-estressado – 1) não teve baba, 2) eu não ia beber uma cerva, 3) e a desgraça do BAHIA NÃO IA JOGAR POR QUE SEGUNDA NÃO É DOMINGO!

Com uma vontade de ir ao banheiro – antes era vontadinha – cá estou eu, de olha-olha ara o estado fila. Entra e sai da porra de gente no mercado, passa-passa de gente na feira; mil coisas acontecendo no mundo. e aqui o imóbilys comendo no centro.

Com esses pensamentos atordoando meu juízo, olho pra frente e percebo a menina do caixa com uma paciência que Deus me livre! Sorriiiiindo e fazendo as coisas... e sorrindo... e fazia outra coisa... e sorrindo... Ourra... Esse é o momento que eu fico logo com raiva da alegria dos outro. Eu fico igual a menino reprovado. Nem me venha pa-cá feliz me dizer que passou, eu quero saber quem perdeu mermão... eu quero compartilhar raiva...

Não podia mudar porque no abatedouro, ao lado do antigo Marcos Vídeo, só funciona um caixa para a cobrança. Dou muxoxo; faço cara feia (é fácil), fico em mei-ponta de pé, olho para todos os lados em um segundo. E a desgraça da fila que não andava de jeito nenhum... Assim começou meu dia...

Um século depois a fila andou, e eu, já com a barba islâmica, olho para frente e vi duas mulheres que não se decidiam se levava ou não um tal de um shampoo, e a caixa, ao invés de dar andamento na jogada, não, ficava parando para fazer soma "com o shampoo é tanto, sem ele é tanto... mas tem aquele outro que fica mais em conta... então você leva um de num sei que e fica com outro num sei que e aí leva o shamp" NÁAAAA! Se fuder rapaz... As pessoas têm limites...

Já que não podia falar muito menos fazer o que eu queria, apenas  olho com a cara da paciência para o trio-ternura: "Ôrrãmmm!".

Foi categoricamente alto, e fez com que as três me encarassem na mesma hora, e ficassem sem tirar os olhos de mim. Sem demonstrar 1% de vergonha, olhei bem para elas, mordi meu lábio inferior com os dentes superiores, balancei a cabeça, dizendo com esse gesto que "aí é brincadeira... Né? Ou vai ou não vai... Né...".

Não sei como nem por que mas em meio segundo a conta foi paga (não sei se levaram ou não a banana do shampoo). Minha vez; lá vou eu com minha de cão; paro no caixa:

— Filhinha... Menina... Bom dia... Desculpe viu filhinha? Minha irritação não foi com você não viu...
Foi com as duas lá... Que banana! O povo vem pro lugar e não sabe o que vi levar... Que coisa...

— Pois é né? Você viu né?

— Vi, vi sim. [Vi poha nenhuma!] Mas tu como funcionaria tem que ser educada...

— Ainda bem que você entende isso...

— sim... Claro... Hum...

Conta paga; saio do abatedouro com o saco de pão na mão, e me bato de frente com quem, com quem? As duas moças... O Diabo é sujo... Olhei para uma delas com a cara de cão, depois sorri:

— Moças belas! Perdoa o mau jeito lá viu... Não foi com vocês não viu... Foi aquela caixa... Mulher burra da poha... Todo dia eu compro pão aqui e essa lerdeza não pára... Minha mãe tá em casa morrendo de fome, tendo que tomar café (que mentira! Já tinha tomado). Ah... Hoje eu tinha que explodi… Tinha jeito não…

— Não, não... Mãe é mãe... Mas eu pensei que, pelo jeito que você falou, você tivesse pirado com a gente...

— NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO MENINA! Longe de mim! Olha: lhe proíbo de pensar isso de mim – Falo eu, na bucha... E mentindo... – Meu problema é com aquela idiota...

— Ah sim...

— Mulher lerda da banana!

— É...

— Fica parando os outros pra ficar perguntando demais! E se vai querer, por que com shampoo a conta dá num sei quanto, e sem shampoo é num sei quanto.. Parecendo que vocês nem sabiam contar, ou não tinham dinheiro pra pagar...

— Também acho...

— Vender é execução-pai; né pa-Ficar induzindo pensando demais não... Fica falando parecendo que vocês não sabiam o que queriam...

— ISSO! Você viu como ela falou menino? 

— Vi sim... E ainda com a cara dela de abstalh[...].

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Então, aí fica, um pouco de mim, pra quem quer conhecer...

O que eu tenho a dizer digo a pessoa na frente...

Um pouco do meu jeito de ser...

Sincero que só...

Sincero que sô...

Atenciosamente;

Emerson.


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