Senhoras. Senhores...
Hoje, estaremos aqui, em nossa segunda semana
de postagens. A séria prestigiada nesta semana serão letras do grupo de Rap
Facção Central.
Hoje, mais especificamente, traremos aqui,
para usar como corpo de análise, a da letra oitava faixa do segundo disco da
banda.
E, para quem ainda tem alguma dúvida, a
resposta é sim. Sim, estamos sim seguindo a ordem cronológica de produção do
grupo.
Já temos análise aqui da música “Artista
ou não”, do disco Juventude Atitude. Deixaremos link da postagem ao final
deste texto.
Sem mais, análise mais que simples da Detenção
sem Muro, Facção Central...
A música é a oitava faixa do segundo disco da
banda, o “Estamos de Luto”.
O disco traz uma seqüência de letras
experimentais, extensas, e com grandes variações, vocais e instrumentais,
dentro da mesma música.
Nem todos curtem muito a obra.
Confessamos que também não somos muito
afeitos a este trabalho.
Mas essa faixa, uma das mais curtidas, salva
o álbum, segundo dizem as más línguas.
O título da música praticamente já nos lança
a idéia consideravelmente clara do que segue no conteúdo: a idéia de que a
periferia é um espaço de exclusão social, racial; de segregação extrema.
O carcereiro é mencionado, mas de fato não
existe, serve apenas como contraponto para as reflexões desse sujeito, em uma
situação de extremo conflito.
A música surge como espécie de monólogo de um
favelado que, tomado por um golpe de extrema racionalização de si; de fato
passa a se enxergar, e entender a sua condição, e razão de existência na
sociedade brasileira, que traça, pela loteria do nascimento, o destino destes e
daqueles. “Dei falha: nasci pobre; presidiário! Da detenção sem muro”.
Além da perda na loteria do nascimento, há o
segundo fator agravante: o fato de que não há a possibilidade de fugir da
prisão ideológica.
Como podemos ver em mais dois
fragmentos: “encarcerado num caminho sem perspectiva. Eu nasci nisso,
vivo nisso, e vou morrer aqui; e até mesmo no inferno essa prisão imaginaria
vai me perseguir”. E “por mais que eu corra, nem chego nos muros”.
Com uma fuga praticamente impossível, e sem
uma reflexão mais apurada do que é prisão ou não, há a menção de que cada
detento tenta suas fugas da forma que bem lhe cabe.
Daí a nossa escolha; ou melhor, única e
comum, escolha: morrer tentando. Eduardo no vocal.
“A nossa única escolha é a própria morte!
Ladrão, na mão da polícia; e pobre morre
como pobre;
Num barraco semi construído;
Orgulho: destruído;
IML, caixão doado, que final fodido!
É impossível me livrar disso!”
Gostaram?
Imagine a gente.
Imagine a gente, gente, sendo agente a
serviço desse grande grupo, viabilizando essa grande letra aqui...
Uma honra...
Fica então aqui a nossa dica, a nossa grande
dica mais que grande, dessa obra prima do maior grupo de Rap nacional, em nossa
humilde opinião...
Você, que curte Rap, que curte Facção
Central, qual a sua música?
Qual a opinião sobre essa discussão?
Critique!
Opine!
Apareça!
Bota a cara Mister Eme...
Sintam-se a vontade para sugerirem qualquer
coisa.
A intenção é fazer deste blog um espaço de
discussão.
Portanto, sejam bem vindos; vamos bater um
papo...
Grande abraço a todos;
Grato desde já,
Emerson.
Artista ou não; link:
ResponderExcluirhttp://emersonosreme.blogspot.com.br/2017/04/artista-ou-nao.html
Sinta-se a vontade para comentar.