quarta-feira, 10 de maio de 2017

Detenção sem Muro...

Senhoras. Senhores...

Hoje, estaremos aqui, em nossa segunda semana de postagens. A séria prestigiada nesta semana serão letras do grupo de Rap Facção Central.

Hoje, mais especificamente, traremos aqui, para usar como corpo de análise, a da letra oitava faixa do segundo disco da banda.

E, para quem ainda tem alguma dúvida, a resposta é sim. Sim, estamos sim seguindo a ordem cronológica de produção do grupo.

Já temos análise aqui da música “Artista ou não”, do disco Juventude Atitude. Deixaremos link da postagem ao final deste texto.

Sem mais, análise mais que simples da Detenção sem Muro, Facção Central...
A música é a oitava faixa do segundo disco da banda, o “Estamos de Luto”.
O disco traz uma seqüência de letras experimentais, extensas, e com grandes variações, vocais e instrumentais, dentro da mesma música.
Nem todos curtem muito a obra.
Confessamos que também não somos muito afeitos a este trabalho.
Mas essa faixa, uma das mais curtidas, salva o álbum, segundo dizem as más línguas.

O título da música praticamente já nos lança a idéia consideravelmente clara do que segue no conteúdo: a idéia de que a periferia é um espaço de exclusão social, racial; de segregação extrema.

O carcereiro é mencionado, mas de fato não existe, serve apenas como contraponto para as reflexões desse sujeito, em uma situação de extremo conflito.

A música surge como espécie de monólogo de um favelado que, tomado por um golpe de extrema racionalização de si; de fato passa a se enxergar, e entender a sua condição, e razão de existência na sociedade brasileira, que traça, pela loteria do nascimento, o destino destes e daqueles. “Dei falha: nasci pobre; presidiário! Da detenção sem muro”.

Além da perda na loteria do nascimento, há o segundo fator agravante: o fato de que não há a possibilidade de fugir da prisão ideológica.

Como podemos ver em mais dois fragmentos: “encarcerado num caminho sem perspectiva. Eu nasci nisso, vivo nisso, e vou morrer aqui; e até mesmo no inferno essa prisão imaginaria vai me perseguir”. E “por mais que eu corra, nem chego nos muros”.

Com uma fuga praticamente impossível, e sem uma reflexão mais apurada do que é prisão ou não, há a menção de que cada detento tenta suas fugas da forma que bem lhe cabe.

Daí a nossa escolha; ou melhor, única e comum, escolha: morrer tentando. Eduardo no vocal.

“A nossa única escolha é a própria morte!
Ladrão, na mão da polícia; e pobre morre como pobre;
Num barraco semi construído;
Orgulho: destruído;
IML, caixão doado, que final fodido!
É impossível me livrar disso!”

Gostaram?

Imagine a gente.

Imagine a gente, gente, sendo agente a serviço desse grande grupo, viabilizando essa grande letra aqui...

Uma honra...

Fica então aqui a nossa dica, a nossa grande dica mais que grande, dessa obra prima do maior grupo de Rap nacional, em nossa humilde opinião...

Você, que curte Rap, que curte Facção Central, qual a sua música?

Qual a opinião sobre essa discussão?

Critique!

Opine!

Apareça!

Bota a cara Mister Eme...

Sintam-se a vontade para sugerirem qualquer coisa.

A intenção é fazer deste blog um espaço de discussão.

Portanto, sejam bem vindos; vamos bater um papo...

Grande abraço a todos;
Grato desde já,

Emerson.



Um comentário:

  1. Artista ou não; link:

    http://emersonosreme.blogspot.com.br/2017/04/artista-ou-nao.html

    Sinta-se a vontade para comentar.

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